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Mostrando postagens de abril, 2024

Sobre a Filosofia Perene (por Daniel Placido)

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  O conceito de  Filosofia Perene, apesar de seu aparecimento e delineamento no Renascimento, tem raízes mais antigas do que aparenta. Existe um embrião dessa concepção na Antiguidade, com autores como Platão, Fílon, Clemente de Alexandria, Proclo, Lactâncio, Agostinho, entre outros, e no Medievo com autores como Sohravardî e Psellos. Todavia, foi no Renascimento que esse conceito teve a sua definição expressa, atingindo seu ápice, pois era, justamente, um período de encontro e sincretismo de tradições (helenísticas e  tradições ligadas ao monoteísmo), com a disponibilidade de materiais e tradições diversas que colocavam para os eruditos um desafio de síntese intelectual e religiosa. Inicialmente com Gemistos Plethon, um filósofo bizantino e neopagão que procurou unir Zoroastro e Platão, como expoentes de uma ampla e diversa tradição que incluía de figuras míticas gregas aos brâmanes da India, até os neoplatônicos como Porfírio e Jâmblico, temos o primeiro passo para a Filosofia

Quem foi Ramana Maharshi ?(por Daniel Placido)

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Quem foi Sri Ramana Maharshi (1879-1950)? Segundo A. Osborne, o nome natalício de Ramana era Venkataraman, tendo nascido em Tiruchuzi, pequena aldeia no sul da Índia. Aos 12 anos perdeu o pai; aos 16, através de seu tio – o qual retornava de uma peregrinação-, teve uma providencial intuição sobre o monte sagrado de Arunachala, localizado ao sul da Índia, em Tiruvanamalai.  Foi aos 17 anos, mesmo sendo um jovem comum, estudante e amante dos esportes, que teve uma experiência espontânea de iluminação ou liberação, mudando para sempre sua vida. Ao deitar na cama prendendo a respiração como se estivesse morto,  Venkataraman percebeu que o Ser verdadeiro não era o corpo corruptível, tampouco a mente, mas infinito. O jovem, sem nenhum preparo religioso ou espiritual, teve de forma direta a  experiência da identidade do Eu (Atman) com o Absoluto (Brahman) e a certeza da eternidade do Real, assim como a percepção do caráter relativo do mundo (“maya”). Ele foi uma figura bastante atípica para o

Manifesto para uma educação integral

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  Manifesto para uma educação integral   Vivemos num mundo líquido : em um simples click , o universo desfila em um carrossel de imagens à nossa frente; em uma minúscula tela, uma avalanche de sensações e emoções, tão veloz e fugaz quanto um vídeo do Tik Tok ou um reel do Instagram. No entanto, este Oceano informacional que criamos nos engole e afoga. Nem Gutemberg nem Marshall MacLuhan sonhariam com tanta informação circulando, redes se conectando, fluxos infinitos, mas, impera a confusão, a desordem e a desinformação.  Imaginem todas as pessoas compartilhando o mundo todo... A utopia de John Lennon se realizou em nossos celulares, computadores e tablets, estamos unidos e próximos pelo milagre da fibra óptica e supercomputadores, no entanto, não sem ironia, esquecemos por vezes a pessoa ao lado na mesa, esquecemos como ser empáticos e como nos comunicarmos de verdade, esquecemos até de nós, e preferimos fugir nos labirintos do entretenimento; nos desumanizamos cada vez mais em nossa d