Quem foi Ramana Maharshi ?(por Daniel Placido)
Quem foi Sri Ramana Maharshi (1879-1950)?
Segundo A. Osborne, o nome natalício de Ramana era Venkataraman, tendo nascido em Tiruchuzi, pequena aldeia no sul da Índia. Aos 12 anos perdeu o pai; aos 16, através de seu tio – o qual retornava de uma peregrinação-, teve uma providencial intuição sobre o monte sagrado de Arunachala, localizado ao sul da Índia, em Tiruvanamalai.
Foi aos 17 anos, mesmo sendo um jovem comum, estudante e amante dos esportes, que teve uma experiência espontânea de iluminação ou liberação, mudando para sempre sua vida. Ao deitar na cama prendendo a respiração como se estivesse morto, Venkataraman percebeu que o Ser verdadeiro não era o corpo corruptível, tampouco a mente, mas infinito.
O jovem, sem nenhum preparo religioso ou espiritual, teve de forma direta a experiência da identidade do Eu (Atman) com o Absoluto (Brahman) e a certeza da eternidade do Real, assim como a percepção do caráter relativo do mundo (“maya”). Ele foi uma figura bastante atípica para os padrões hindus, pois não teve um guru no sentido tradicional.
Após uma série de contratempos e períodos de isolamento, Ramana Maharshi (este é o nome que adotou mais tarde) estabeleceu definitivamente seu ashram em Arunachala, onde até a data de sua morte continuou instruindo discípulos e recebendo visitantes do mundo todo, mantendo sempre sua marca registrada: o olhar silencioso e benevolente, transmitindo uma espécie de influência espiritual.
A vida de Ramana foi de uma beleza ímpar, com acontecimentos enigmáticos e milagrosos, expressando um inabalável desapego e amor universal, a ponto de não ter posses ou bens além da roupa do corpo. Apesar de não ter tido um mestre, seus ensinamentos reproduzem fielmente a tradição do advaita Vedanta de Shankaracharya e outros.
Não obstante a complexidade da metafísica vedantina, Ramana Maharshi ensinou uma forma simples e direta para iniciar a realização espiritual: perguntar continuamente "quem sou eu?", em busca da fonte do ego ou mente, a Consciência única ou Eu real, que reluz quando a identificação com o falso eu e suas aderências é desfeita.
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