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Comentário sobre a Enéada I: 8 de Plotino, parte final (por Daniel Placido)

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Primeira parte do comentário que fiz sobre a Enéada I: 8 de Plotino: https://theosophiaperennis.blogspot.com/2022/03/comentario-eneada-i-8-de-plotino.html   Continuando, segunda e última parte: 8. Mesmo quem, de modo imediato, pondere que o mal não é provocado pela matéria, e sim por formas impressas no sensível, como o calor, frio, sabores, as quais causam desejos e opiniões errôneas em nós, ainda terá de aceitar que os efeitos produzidos pelas qualidades não existem separadamente da matéria, assim como a forma do machado, sem a matéria concreta, não realiza nada. Além disso, as formas presentes na matéria não são as formas ou arquétipos em si mesmos, mas razões formativas materiais, e que foram, assim, corrompidas pela matéria. A forma do fogo em si não queima nem realiza mal algum; apenas a forma-fogo presente no sensível pode queimar. A forma verdadeira é o arquétipo, e a razão formativa uma espécie de simulacro. A matéria como “derruba” estes "logoi", os enegrece

Notas sobre Oriente e Ocidente (Daniel Placido)

 I-"Ocidente" e "Oriente" não são voláteis apenas do ponto de vista histórico e geográfico, mas fronteiras móveis em termos de significação cultural. Feita essa observação preliminar, é possível identificar pelo menos seis grandes "ondas" de "fascinação ocidental" pelo "Oriente": a) período helenístico na Antiguidade, marcado pelo intercâmbio e sincretismo entre greco-romanos e povos orientais; b) período renascentista, caracterizado pelo sincretismo filosófico e religioso impulsionado, sobretudo, pela migração de sábios bizantinos para a Itália e pela tradução de textos antigos; c) orientalismo europeu profissional, emblematizado pela tradução e estudo de textos clássicos da religião e filosofia orientais, especialmente os da Índia; d) orientalismo romântico-literário, dos irmãos Schlegel a Hesse, passando por Nerval;, e) novoerismo e contracultura,  identificado pela invasão religiosa oriental do Ocidente e pelo ecletismo vertiginoso;

Referências sobre Filosofia Ocidental e Filosofia Oriental

 Selecionei alguma referências e citações sobre a relação entre a filosofia ocidental e a filosofia oriental, desde fontes antigas a mais contemporâneas. Apesar de desiguais em suas comparações, não deixam de ser sugestivas.(Daniel Placido) A- Fontes Antigas "Dizem alguns que a Filosofia, exceto o nome, teve sua origem entre os bárbaros; pois como diz Aristóteles … foram os magos seus inventores entre os persas; os caldeus entre os assírios e babilônios; os gimnosofistas entre os indianos; e entre os celtas e gauleses, os druidas, com chamados semnoteos. Que Oco [Mocos] foi fenício; Zamolxis, trácio; e Atlante [Atlas], líbio. Os egipcios dizem que Vuleano [Héfaistos], filho do Nilo, foi quem deu princípio à Filosofia, e que seus professores eram sacerdotes e profetas. Que desde Vuleano até Alexandre da Macedônia passaram quarenta e oito mil oitocentos e sessenta três anos; em cujo espaço houve trezentos e setenta e três eclipses do sol, e oitocentos e trinta e dois da lua. Desde o