Comentários às “Teses” de W. Benjamin (por Daniel Placido)
Introdução Segundo G. Theborn (2012, p. 63-64), a tradição marxista, heterogênea e multifacetada, oscilou em sua ênfase entre os dois polos dialéticos (“chifres”) da modernidade, ora a realçar mais seu aspecto emancipador, ora o seu aspecto explorador. Por exemplo, na II Internacional e no seu desdobramento social-democrata no começo do século XX, o aspecto explorador da modernidade foi mitigado por uma visão evolucionista e otimista a respeito da capacidade de reação dos sindicatos e partidos operários ao capitalismo, possivelmente sob influência do otimismo típico da Belle Epoque , logo banhado sob uma ducha fria pela I Guerra Mundial. Em contrapartida, na corrente marxista conhecida como “Escola de Frankfurt” foram salientados os aspectos contraditórios e negativos da modernidade, sem o apontamento para um futuro melhor, em um contexto histórico de ascensão do nazifascismo e do estalinismo. Dentro do espectro da Escola de Frankfurt, vamos nos ater neste texto às posições sin