À luz dos estudos de figuras como Pierre Hadot, Giovanni Reale, Michel Foucault, entre outros, podemos considerar que a filosofia na Antiguidade, de Sócrates a Plotino, passando pelos cínicos, estóicos e epicuristas, consistia, fundamentalmente, em um modo de vida. Não havia, nesse contexto, uma cisão entre teoria e prática, pensamento e ação, sabedoria e vida, mente e corpo. O estudo de disciplinas filosóficas como a lógica e a metafísica, por exemplo, era acompanhado pari passu por práticas espirituais e exercícios meditativos interiores que, através do autoconhecimento e do cuidado de si, promoviam uma forma de vida integrada, na qual todas as dimensões do ser humano eram articuladas em função de sua atuação ética no mundo. Escola de Aristóteles, Spangenberg. Ao trazer essa concepção para o presente, sem, porém, discutir aqui as razões históricas mais profundas desta mudança cultural, considero relevante destacar que, embora a universidade proporc...
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